Fac-simile
do livro de
Émilie Collignon
Émilie Aimée Charlotte Bréard nasceu em ??/??/1820, na Antuérpia (Anvers), Bégica. Desencarnou em 25/12/1902, em Saint Georges de Didonne, Nova Aquitânia, França.
Nascida em Antuérpia, mudou-se com os pais para Paris, onde veio a conhecer o seu marido Charles Paul Collignon, rentista e pintor, indo morar na casa deste. Era professora, nascida em berço estável, pai empresário.
Allan Kardec foi à Bordeaux, para fundar a Sociedade Espírita de Bordeaux em 14/10/1861, convidado pelo advogado Jean-Baptiste Roustaing,- recém-convertido ao Espiritismo, quando leu a Codificação enquanto doente (1858-1861), - quando finalmente os dois se conheceram pessoalmente.
Roustaing pediu que Kardec visse a pintura mediúnica de Jeannine, filhinha de Mme. Collignon, o "Quadro Planetário", que o impresionou. Até então a mediunidade de Émilie ainda não tinha se manifestado.
No segundo encontro que Roustaing teve com Émilie Collignon, ela recebeu a mensagem psicografada, com orientações quanto ao trabalho mediúnico que se desenvolveria, sob a coordenação de Roustaing. Começou, então, a psicografar mecânicamente por 4 anos, nascendo assim a obra "Os Quatro Evangelhos (Espiritismo Cristão) ou Revelação da Revelação", publicada em Paris, 1866. Émilie teria psicografado os próprios quatro evangelistas.
Terminada esta obra, ela continuou a escrever, por si mesma, vários livros didáticos sobre a Codificação, contribuindo para a sua expansão. Citam-se: "A Educação Maternal - O Corpo e O Espírito" (1864) e "Conversas Familiares sobre o Espiritismo" (1865), elogiados por Kardec. e mais duas brochuras, à educação, no seu sentido mais profundo. Contribuiu ainda com várias comunicações mediúnicas, sem conexão com Roustaing. No "Evangelho segundo o Espiritismo" constam mensagens que psicografou (espíritos Joseph, Siméon, Dufétre e Bernardin). Também foi colaboradora da "Revista Espírita" (espíritos Bernardin e Siméon). Sobre ela cita-se o livro "A Educadora Émile Collignon", de Martins e Barros.
Alexandre Delanne, pai de Gabriel Delanne, já fizera referência aos órgãos "Le Sauveur des Peuples" e "L'Union Spirite Bordelaise", em que ela foi cofundadora, existentes em Bordeaux desde 1860. De fato, dedicou-se às obras assistenciais, tendo tentado abrir uma escola para as meninas sem-teto. Sem sucesso nos apelos de recursos, pedidos pelas páginas da "Revista Espírita", doou o dinheiro arrecadado para uma obra similar e para uma creche, ambas fundadas por maçons, passando a colaborar na sua direção.
Seu filho, Henri Paul François Marie Collignon, nascido em 02/10/1856, tornou-se importante advogado e político, brilhante carreira,- como prefeito e em gabinetes ministeriais. Patriota e voluntário, foi morto em combate, 15/03/1915.
À parte de todas as críticas feitas à obra de Roustaing, - que se tornou apócrifa, culminando em sua exclusão pela FEB, não mais fazendo parte de seu Estatuto e dos estudos sistemáticos e avançados do Espiritismo,- é inegável a grande contribuição, de Roustaing e Collignon, para a difusão do Espiritismo desde a sua primeira década, apesar dos "pecados".